14 de setembro de 2009

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Por que cantam as cigarras


Gil Bertho Lopes



Naquele entardecer de domingo
Brilhava no mar o astro dourado
Um raio de luz clara...
O sol constante...
O sol queimava e o canto da cigarra aturdia
Um canto perdido entre o arvoredo da velha casa da praia

A cigarra em campo aberto, feliz com a vizinhança do mar
Onde eu costumava entreter-me de manhã à noite
De quando em quando, levantava a mãozinha enluvada para esfregar os olhos
Um olho celeste-aveludado que piscava com doçura

Sentindo minha presença, silencia

A visitante deslocando-se para um galho mais alto
Insistia em falar de si começando um novo chiado
Desta vez mais estridente

Uma beleza que se encerra para a festa permanente dos sentidos

Todos os dias, ao entardecer, lá estava
No vazio deslumbrante
Da longa e fadigante tarde de verão
O contínuo e ininterrupto estridular das cigarras.

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